Aqui está a minha vida...

... esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento.

Cecília Meiréles

segunda-feira, 6 de julho de 2009

No fim de tudo, dormir.*

Clarice Lispector diz que "perder-se também é caminho". Eu posso dizer que estou num caminho, se certo ou não, não me perguntem que eu não sei a resposta. O que sei é que há muito tempo que não me sentia, assim, tão perdida.

Hoje não adormeci tarde nem não acordei cedo. Simplesmente, não dormi.

Quando eu digo "esta noite, não dormi" não quero com isso dizer que dormi mal ou que estava sempre a acordar nem tão pouco que tive muitos pesadelos ou que foi uma noite muito inquieta. Não. Quando eu digo "esta noite, não dormi", quero dizer isso mesmo: não dormi, não cheguei sequer a fechar os olhos. Limitei-me a ficar 6 (ou seriam 7) horas a olhar para o tecto vazio da sala (hoje dormi, digo, passei a noite no sofá) a contar - não, não foram carneirinhos - as badaladas do relógio de sala da vizinha do lado (relógio horrivel, igual àquele que - apesar de avariado - ainda está na sala da dos meus pais, vá-se lá saber porquê).

O problema arrasta-se há muito: não dormi hoje, nem ontem... ou em qualquer noite da semana anterior. O pior é que a privação de sono afecta-me a todos os níveis. Não consigo racicionar, não consigo agir. E fico de mau feitio. Isto porque o meu fígado fica alterado e, como o fígado blá, blá, blá raiva, eu fico insuportável.

Não tenho paciência para nada. O meu senso de humor desaparece e eu encarno o elefante meu vizinho: ponho uma tromba no lugar da minha cara.

Se eu pedir muito, muito... mas mesmo muuiito... que não olhem para mim, que não me dirijam a palavra, que sequer se lembrem que eu existo... será que me fazem esse favor???

Pleeeaaase?....

Obrigada.

* Álvaro de Campos

2 comentários:

Miguel Ângelo disse...

Estás bonita, estás ;)
lol

Petit Leaves disse...

Pois estou e pronto.

(não tens que estudar para os exames, não?)

 
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