Aqui está a minha vida...

... esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento.

Cecília Meiréles

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Este post vai ser mesmo chato... (considerem-se avisados).




Em resposta ao comentário da Ritinha (como prometi) e dando continuação ao post anterior.



Durante mais de vinte anos, todos os meus verões eram passados na terra dos meus pais. Eu tenho um tio-avô que, todos os anos me vinha com a mesma conversa:

"Vais estudar muito para seres doutora advogada, vens viver para aqui e vais ser muito rica!"

Mas o que eu queria mesmo era ajudar as pessoas. Por isso, estudei muito mas não foi para ser "doutora advogada" como era sonho do meu querido tio-avô J. E também não fui viver para Cheires. Ora, a conjugação destes dois factores (não ser "doutora advogada" nem viver na terrinha) levaram ao que eu sou hoje (felizmente, muito feliz, apesar de hoje estar com maus - muito maus mesmo - fígados).

Quanto à minha oportunidade de ser rica deixei-a para o sr. doutor advogado lá da zona.

O Toni diz que os advogados são e passo a citar: "burros com boa memória".

(atenção: a citação é do meu Toni, não é minha, pelo que se a carapuça servir a alguém, não me chateiem)

Bem... não parece que sejam totalmente burros. Principalmente, os que decidiram ir exercer a dita profissão lá na terrinha. E, mesmo que seja burro... é um burro rico.

Senão, vejamos: todas as vezes que ligo para o escritório ou consultório ou seja lá o que aquilo for, "o Sr. Dr. está muito ocupado, tem três processos para terminar hoje" e amanhã? "Tem outros dois..." então em que dia? "esta semana vai ser muito complicado, blá, blá, blá".

(se o senhor doutor advogado for tão caro como consta... assim, numa estimativa por baixo... bem: burro não é com certeza ou se for é como disse acima: é um burro com muuiitos euros - que lhe façam bom proveito)

Eu sempre prometi a mim mesma que jamais me iria meter com semelhantes personagens. Infelizmente, os meus avós maternos faleceram e deixaram bens. Pois... partilhas!!! Que bom!!!

Resumo da história:

A irmã A confia na irmã B. A irmã B põe terras da irmã A em seu nome. A Irmã A descobre e pergunta ao advogado da família como pôde. Advogado diz que não tinha motivos para desconfiar da irmã B e por isso tratou de de tudo sem ter perguntado à irmã A. Irmã A pede a advogado para voltar a pôr tudo como estava ao que advogado responde que é quase impossível: demasiado moroso, demasiado dispendioso... "não contando com o pagamento dos meus honorários"(citando o Sr. Dr., numa conversa telefónica comigo). Irmã A aceita acordo injusto porque não tem outra alternativa. Acordo: Irmã B paga em 5 anos - com o dinheiro que as terras da irmã A produzem - um valor irrisório, vergonhoso para quem o vai pagar... necessário para quem o vai receber.

Ontem voltei a ligar para o Sr. Dr. Advogado... o de sempre: "muito ocupado, processos para fechar, blá, blá, blá"... É que não nos disseram mais nada e, como deve calcular, precisamos de saber como é que é... "Ah, porque a Casa do Douro ainda não pagou porque precisa de não sei quê... mas a sua mãe que não se preocupe que está tudo a ser arranjado!"

Estará? Pois, não sei... de drs. advogados, eu espero quase tudo.

O que eu sei é que o meu tio-avô sabia-la toda e eu não lhe dei ouvidos.

[se eu tivesse seguido os conselhos do meu tio-avô, eu como doutora advogada teria estado de Olho Bem Aberto em tudo e ninguém teria roubado ninguém... e a minha mãe não teria tido o desgosto da vida dela por causa da irmã e o meu pai não estaria a sofrer pela atitude do irmão]

ps. que #$%& de família...

#The Day After de Eduard Munch

2 comentários:

Ritinha disse...

Fiquei esclarecida obrigada e tens razão... que família... mas o que podes fazer, não é?
xoxo

Petit Leaves disse...

Sim, tens razão. Família não se escolhe...

xoxo (que raio quer dizer isto?)

 
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