Aqui está a minha vida...

... esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento.

Cecília Meiréles

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A Letter for My Baby Brother

Este noite sonhei contigo. Aliás, eu sonho contigo todas as noites.

Umas vezes, és meramente um figurante: passas pelo cenário e sais do meu sonho; por vezes, fazes parte da cena, como personagem secundária e olhas para mim (olhar frio, recriminatório... por vezes, triste); outras vezes, como esta noite, és actor principal.

Sempre que interagimos, o sonho torna-se pesado. Difícil de sonhar. O teu olhar, as tuas palavras, os teus actos. Tudo em ti é repulsa, desprezo por mim. E eu, como sempre, imploro-te o carinho, o amor que sempre existiu entre nós.

Acordo. Apreensiva. Confusa... foi um sonho. Sim... somente um sonho. Fico triste. Tristeza que me envolve, que envolve o meu dia. Em ti. Fico a pensar em ti durante as horas que se seguem. Horas, também elas tristes...

Do meu sonho de hoje, só me recordo do fim. Imagens tão claras, tão dolorosamente reais.

Estás tu e o teu pai. Eu e o meu pai. Vocês estão de partida, despeço-me do teu pai e dirijo-me a ti. Desvias-te. Viras-te e segues o teu caminho. Eu corro, abraço-te. Imploro que me ouças. Digo que te amo. Choro agarrada a ti. Por favor, eu preciso que voltemos a ser aqueles meninos que brincavam felizes por se terem um ao outro... eu preciso de ti, não sei viver sem ti... olha para mim, não desvies o olhar, olha... Olho-te nos olhos mas não és tu. Desapareceste do cenário da mesma forma como apareceste. Na neblina. Porque é(s) somente um sonho.

[tu, na minha vida, tornaste-te em névoa. perto de mim porque vives no meu coração. intocável, porque estás longe... tão longe.]

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