Aqui está a minha vida...

... esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento.

Cecília Meiréles

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Uma Aventura...


...no IKEA.

Ontem foi um dia digno de ser descrito pela Isabel Alçada e ilustrado pela Ana Maria Magalhães.

Eu não gosto de ir ao IKEA, é mesmo muito raro ir lá. Arranjo sempre alguém que vá por mim. O meu problema não com o IKEA em si... é com o espaço. Este tipo de "lojas" dão-me nos nervos. Com o El Corte Inglés passa-se o mesmo.

Crises de pânico. Fizeram parte do "pacote" do esgotamento que tive há mais de 8 anos. A coisa já está controlada há muito. Consigo estar em cinemas, centros comerciais - bem, desde que estejam vazios e durante pouco tempo... mas o que interessa consigo.

Excepto em dois locais acima referidos. Nada de IKEA nem de El Corte Inglés. Não dá, mesmo que queira muito. A coisa é mais forte que eu.

Mas... ontem, lá teve que ser. Porque há dois anos atrás, quando comprei a minha mobília de quarto, não comprei o roupeiro (a casa tinha um incorporado). Então, lá fui eu e o meu pai. Dois tontos que têm a cabeça só para usar o cabelo (no caso do meu pai, é mais para usar meia dúzia de pelitos e o chapéu em dias de sol).

Antes de entramos deixei as devidas instruções ao meu pai (ah, pois é: eu tenho crises de parvoíçe, quero dizer, de pânico e o meu pai é que me atura, o coitado). Se nos perdermos, encontramo-nos aqui...

Seguindo as setinhas, lá fui encontrando o que queria (eu levava a minha listinha... que eu sou esperta!). Era pouca coisa. Depois, toca a ir ao armazém para buscar o roupeiro e, já lá estavamos, mais duas parteleiras que estavam em promoção (eu adoro esta palavra).

Fui ao monitor de busca, escrevi os códigos e e lá encontrei os respectivos corredores e secções. Excepto, do mais importante: o raio do roupeiro. Mais uma fila... Boa tarde, desculpe, mas eu preciso da sua ajuda...

Simpaticamente, o empregado explicou-me que aquilo a que eu chamava de roupeiro era somente uma estrutura. Ou seja, só vinham as portas e as tábuas de base, do topo e as laterais. Desculpe, não estou a entender... opá, eu não sou assim tão burra que não entenda algo tão simples como o que o moço me explicou. O que acontece é que eu estava aterrorizada por estar ali e, simplesmente, não conseguia sequer raciocinar.

Então, é assim mesmo. Compram-se as portas. As tábuas laterais, do topo e da base. Depois, em várias outras compras, constrói-se o resto, à medida e gosto do freguês.

Quê???? Eu vou pagar isto tudo por meia dúzia de tábuas e depois ainda tenho que cá vir outra vez para comprar outras tantas tábuas? E o varão? Pelo menos traz um varão?

Não. É só mesmo uma estrutura.

Isto só comigo... Muito obrigada pela sua ajuda, eu vou ver como irei fazer isto.

Ok... plano B. Sim... eu tinha um plano B... eu tenho sempre um plano B.

Havia um outro roupeiro que eu vi no catálogo. Mas como é muito estreito, teve que ser dois. Claro está que perguntei se era mesmo um roupeiro: com varão, gavetas... etc.

Depois de muito esforço porque a porcaria das caixas eram pesadas como tudo, lá fomos pagar. Estavamos cansados, o meu pai estava cheio de dores nas pernas e eu já nem conseguia estar de pé. E o que é que estas duas cabeçinhas pensadoras se lembraram? De quê?

Ou melhor... do que não se lembraram!!!!

Que as caixas não iam caber no carro... mas, nem nos lembramos que existia o raio do serviço de entregas. Por causa da cabeça que só dá para estar em cima dos ombros e pouco mais.

E pronto! Foi o drama, ou melhor, a comédia meter tudo no carro. O desgraçado do meu pai é que teve que fazer a força toda que eu cá com o meu metro e quarenta e oito de altura e 41 kilos de peso pouco consegui ajudar...

E... ninguém se lembrou do maldito serviço de entregas...

Bem se tentou meter tudo lá para dentro... para ter que se tirar de novo: a porta não fechava. Lá tive eu que ficar mais de uma hora e meia, no IKEA, sozinha com uma caixa enorme, à espera que o meu pai fosse até casa, esperasse o Toni chegar do trabalho... carregar com as ditas e voltar para me buscar. Mais a caixa que faltava, claro.

E assim foi. Portei-me muito bem, diga-se. Estava tão preocupada com o meu pai que me esqueci onde estava. Nada de crises ou meias crises...

Hora e meia depois... o meu pai chega: outro drama, mas mais pequeno. Meter a outra caixa no carro. Lá conseguimos e fomos para casa. Não assim tão rápido, claro que tínhamos de apanhar com uma fila de trânsito que não lembra a ninguém!

Quando chegámos, carregamos a caixa até ao hall do prédio, onde estavam as outras caixas. O pobre do Toni e o desgraçado do meu pai, lá levaram muito a custo a primeira caixa.

Eu, aflita por não poder ajudar... até que tive uma ideia - brilhante, diga-se, que eu cá quando penso sou um ás, só é pena é que não pense mais vezes: abrimos as caixas, lá embaixo, e tráz-se peça a peça.

Pronto. Já está! Viva Palminhas!!!!

Arghhhhhh!!!! Ainda tenho que fazer o jantar!!!!!!!!

E estava tão cansada... aquelas caixas eram mesmo pesadas.

Hoje... estou toda partida... dói-me tudo o que é músculo neste meu corpinho minúsculo. Quero ir dormir....

[e o meu pitoco gordo pesa só 16 kilos e meio... alguém me arranja um guindaste?]

5 comentários:

Ritinha disse...

Coitados... e agora, espera até teres que construir o puzzle!

Boa sorte!

xoxo

Paula Marques disse...

Cabeçinhas pensadoras...

Miguel Ângelo disse...

Porque é que todos temos essa ideia que as caixas cabem no carro? Damos voltas e mais voltas com a porcaria das caixas que são pesadíssimas e só depois de muito tentar meter a porcaria das caixas é que tomamos consciência que as caixas não, não cabem no carro.

Para a próxima: contrata um serviço de entrega!

Um abraço,

Anónimo disse...

adorei saber da tua aventura ao IKEA!!!!!
foi o máximo...afinal a cabecinha
não serve só para ter os cabelinhos arranjadinhos......;)
jocas

Ana Lecta disse...

Detesto estes "espaços" que vendem coisas só para nos dar cabo da cabeça... e do corpo, afinal é tudo tão bonito na publicidade...não vou e pronto!

 
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