Todos os anos acompanho o meu pai na procissão em honra da Nossa Senhora do Amparo. Este ano, a nossa paróquia celebra o 200º aniversário e a festa foi maior. A cerimónia encheu a igreja e a procissão levava imensa gente.
Claro que tinha que acontecer alguma coisa porque eu sou assim. Se eu podia ter a minha cabecinha no lugar e comportar-me como uma mulher de 36 anos? Poder, podia... mas não seria a mesma coisa.
Nós estávamos no fim do cortejo e eu queria uma fotografia da imagem da santa para o meu papi. Então, resolvi dar a volta ao quarteirão, fartei-me de correr, para fintar aquela multidão imensa. Resultado? Lá conseguir a fotografia, consegui... mas, perdi-me do meu pai.
Fartei-me de andar, à sua procura. Parecia uma barata tonta. Quer dizer, mais uma bruxa, já que estava toda vestida de preto. As pessoas viram-me tantas vezes, quer de um lado do cortejo, quer do outro, que já me olhavam de lado...
O ponto alto foi mesmo quando eu me ia dando um verdadeiro e estrondoso tralho. Sim, tralho é a palavra certa. Como andava de cabeça no ar, entre um Pai-Nosso e uma Avé-Maria, não vi o raio da cratera e... já deu para fazer o filme?
Adiante.
Só a meio do percurso é que encontrei o meu pai. Ele andava à minha procura mas... podia jurar que estavas toda de branco!
Pois... de branco. Gorro branco e casaco comprido branco e luvas brancas. Nem mais, papi, nem mais.
Cheguei a casa por volta da meia-noite. Foi bom estar com o meu pai. Para ele, é muito importante estar presente nestas cerimónias. E eu adoro fazer-lhes estes miminhos.
Mau, mau... foi mesmo a porcaria da rinite. Bolas, já há mesmo muitos anos que não tinha uma crise assim. O meu domingo foi de esquecer.
Já avisei o meu pai: na missa de Natal, vou ficar o mais longe possível do altar, do padre e da sua mania de nos intoxicar com doses maciças de incenso.
1 comentário:
LOL
Só tu para brincares com tudo o que acontece mesmo quando a coisa não é para rir!
xoxo
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