Aqui está a minha vida...

... esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento.

Cecília Meiréles

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

31 de Dezembro de 2009





Uma vez mais se constrói
a aérea casa da esperança
nela reluzem alfaias
de sonho e de amor: aliança.

Carlos Drummond de Andrade






Hoje é o último dia do ano. Tanta água passou de baixo desta ponte... tanto que mudou, a minha vida.

Pessoas que partiram, pessoas que desistiram. Castelos de areia construídos, destruídos. Chorei. Mas, tudo passa. E... passou [ou, ainda está a passar].

Pessoas que chegaram. Pessoas que ficaram. Vitórias alcançadas. Sonhos realizados. Alegrias vividas [e, que ainda se estão a viver].

Amanhã é dia de a partir de hoje...

Feliz Ano Novo...

sábado, 26 de dezembro de 2009

A minha princesinha faz dois aninhos!

Parabéns, meu Amor...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dia de Natal


Hoje é dia de era bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!

E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.

É dia de Natal.

Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.

Glória a Deus nas Alturas.


António Gedeão

***

Hoje é Dia de Natal... está na hora de Ser mesmo Natal.

Feliz Natal para todos...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

No Natal, a minha prenda eu quero que seja...

...uma fonte de chocolate,
uma fonte de chocolate,
uma fonte de chocolate...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Hoje é dia de festa...

...parabéns, querido pai (o melhor do mundo, claro)...

Esta fotografia foi tirada este ano, na Costa da Caparica, lembraste? Foi no dia em que fomos fazer aquilo que sempre quiseste: andar no comboio que liga as praias da Costa. Foi dia fantástico, não foi?

Felizmente, temos muitos dias fantásticos para recordar... e muitos outros virão!

Parabéns, meu tão querido papi!

[Estou a torcer para que recebas o presente que tão queres: a vitória do teu Porto... boa sorte!]

sábado, 19 de dezembro de 2009

A Nossa Árvore de Natal

Hoje, eu e o Toni fizemos a nossa árvore de Natal.
Achamos que ficou linda!

E... vocês? O que acham?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Quero é viver

Vou viver
até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver

Amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será
mais um prazer

e a vida é sempre uma curiosidade
que me desperta com a idade
interessa-me o que está para vir
a vida em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir

encontrar, renovar, vou fugir ou repetir

vou viver,
até quando, eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver
amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será mais um prazer

a vida é sempre uma curiosidade
que me desperta com idade
interessa-me o que está para vir
a vida, em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir

encontrar, renovar vou fugir ou repetir

vou viver
até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver,
amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será mais um prazer

António Variações

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Diz que está uma espécie de frio...

Passando por duas senhoras...

- Hoje está fresquote.
-Está, está...

Frescote??? Frescote??? Como frescote??? E, já agora, o que raio é frescote? Se frescote for sinónimo de frio, não minhas caras senhoras, não está frescote: está um GELO!

Aqui estão as provas!

A caminho do meu trabalho,
ainda na minha rua...


[...que gelo que está lá fora, brbrbrbrbrbrbrbrbr]

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A nossa paróquia fez 200 anos... (II)

Imagem da Nossa Senhora do Amparo
(imagem com 400 anos)

Todos os anos acompanho o meu pai na procissão em honra da Nossa Senhora do Amparo. Este ano, a nossa paróquia celebra o 200º aniversário e a festa foi maior. A cerimónia encheu a igreja e a procissão levava imensa gente.

Claro que tinha que acontecer alguma coisa porque eu sou assim. Se eu podia ter a minha cabecinha no lugar e comportar-me como uma mulher de 36 anos? Poder, podia... mas não seria a mesma coisa.

Nós estávamos no fim do cortejo e eu queria uma fotografia da imagem da santa para o meu papi. Então, resolvi dar a volta ao quarteirão, fartei-me de correr, para fintar aquela multidão imensa. Resultado? Lá conseguir a fotografia, consegui... mas, perdi-me do meu pai.

Fartei-me de andar, à sua procura. Parecia uma barata tonta. Quer dizer, mais uma bruxa, já que estava toda vestida de preto. As pessoas viram-me tantas vezes, quer de um lado do cortejo, quer do outro, que já me olhavam de lado...

O ponto alto foi mesmo quando eu me ia dando um verdadeiro e estrondoso tralho. Sim, tralho é a palavra certa. Como andava de cabeça no ar, entre um Pai-Nosso e uma Avé-Maria, não vi o raio da cratera e... já deu para fazer o filme?

Adiante.

Só a meio do percurso é que encontrei o meu pai. Ele andava à minha procura mas... podia jurar que estavas toda de branco!

Pois... de branco. Gorro branco e casaco comprido branco e luvas brancas. Nem mais, papi, nem mais.

Cheguei a casa por volta da meia-noite. Foi bom estar com o meu pai. Para ele, é muito importante estar presente nestas cerimónias. E eu adoro fazer-lhes estes miminhos.

Mau, mau... foi mesmo a porcaria da rinite. Bolas, já há mesmo muitos anos que não tinha uma crise assim. O meu domingo foi de esquecer.

Já avisei o meu pai: na missa de Natal, vou ficar o mais longe possível do altar, do padre e da sua mania de nos intoxicar com doses maciças de incenso.

domingo, 13 de dezembro de 2009

A nossa paróquia fez 200 anos...

Cerimónia de aniversário, doses maciças de incenso, rinite alérgica como há muito que não tinha (pá, décadas...).

Estou mesmo mal...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

As crianças são o melhor do mundo...


... ou não.

Eu e o Samuel fomos passear o João ao jardim... e fomos "corridos" a chuva de pedras por dois miúdos instigados por uma terceira.

Idades? Para aí uns treze, não mais que isso.

O Samuel? Ficou a tremer todo...

Eu? Também tremia...

A minha vontade?

Não digo. Seria muito mas mesmo muito politicamente incorrecto.

Mas que crianças são estas?!

[Ainda tentei dizer-lhes que tinha um bebé ao meu lado... mais pedras... lembrei-me dos meus tempos da preparatória... tinha dez anos, era uma menina. De noite, eu rezava. Se Deus tinha parado o mundo para aquela batalha - uma história que tinha ouvido na catequese - também podia fazê-lo parar se eu rezasse muito. Mas, nunca parou. E, todas as manhãs, lá ía eu para a escola, cheia de medo. Um dia, consegui fugir delas - um grupinho de miúdas giras super populares que até andavam na ginástica do Benfica e tudo! - e corri até ao pé dos meus professores e contei-lhes que a M.J. tinha lá ficado, que eles tinham que nos ajudar... mas não quiseram saber... e... eu não tive coragem de voltar... e não há um dia sequer que eu não me lembre que abandonei a minha melhor amiga às mãos daquelas miúdas giras super populares que até andavam na ginástica do Benfica e tudo, sem que me sinta uma imensa vergonha e uma profunda tristeza.]

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sossega...

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.
Fernando Pessoa

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Finalmente...





...acabei as limpezas.
A mudança está feita.






[vou deitar-me... amanhã não me acordem...]

domingo, 6 de dezembro de 2009

Viver despenteada

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida
te despenteie.
Por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade…
O mundo é louco, definitivamente louco…
O que é bom, engorda. O que é
lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto, enruga.

E o que é realmente bom nesta vida, despenteia…

- Fazer amor - despenteia.
- Rir às gargalhadas - despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar - despenteia.
- Tirar a roupa - despenteia.
- Beijar a pessoa amada - despenteia.
- Brincar - despenteia.
- Cantar até ficar sem ar - despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa ideia calçar aqueles saltos
gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível…

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo despenteado… Mas podes ter certeza que estarei a passar pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: Vai estar sempre mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável, toda arrumada por dentro e por fora…

O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:

Penteia o cabelo, põe, tira, compra, corre, emagrece, come coisas saudáveis, caminha direita, fica séria…

E talvez até devesse seguir as instruções, mas…quando me vão dar a ordem para ser feliz? Por acaso não se dão conta que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita???

A pessoa mais bonita que posso ser!

A única coisa que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.

Por isso, a minha recomendação a todas as mulheres:

Entrega-te, Come coisas boas, beija, abraça, dança, apaixona-te, relaxa, viaja, salta, dorme tarde, acorda cedo, corre, voa, canta, arranja-te para ficares linda, arranja-te para ficares confortável, admira a paisagem, aproveita, e acima de tudo:

Deixa a vida despentear-te!!!!

O pior que pode acontecer é que, rindo em frente ao espelho, precises pentear-te de novo…

#fotografia de henkku
#fonte: encontrei por aí, se alguém conhecer a autoria, agradeço que me digam :)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O Inverno Chegou!

@

...mais cedo :)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Crianças... ou o Blog da Semana

Aparecem de mansinho, durante a noite, enquanto dormimos. São crianças com botinhas de lã que se passeiam pela casa por horas tardias e não querem acordar os seus pais.

São pequeninas, pelo menos no início. Ouvi dizer que algumas já nascem em nós, mas eu não acredito. Acho que vêm pela calada da noite, sorrateiramente, enfiam-se por debaixo dos lençóis e agarram-se a nós. E cá ficam. Pelo menos até as mandarmos embora.

Mas não depende só de nós. Dizem que elas crescem e que podem perder tamanho, consoante a quantidade de comida (importância) que lhes damos. São alimentadas por mim. E por ti. E por todos que comigo se cruzam.

Aparecem, agarram-se a nós. Por vezes, são alimentadas de tal maneira que perdemos o seu controlo e passamos a ser nós alimentados por elas. Chamam a isto: loucura, insanidade, perda de consciência. Dominam-nos.

Há aquelas que são boas. Há aquelas que são más. É preciso cuidado com a quantidade de comida (importância) que lhes damos.

Ouvi dizer que algumas morrem, e dão lugar a novas crianças, com o mesmo nome, com características semelhantes, mas diferentes. Mesmo aquelas que têm o mesmo nome são diferentes. Elas são sempre diferentes. Não há duas iguais. É, pura e simplesmente, impossível.

Variam consoante tudo. Tudo as transforma. São muito sensíveis, mais do que nós próprios, e mais do que aquilo que queremos que elas sejam. Captam tudo, sem que nos apercebamos, só para mais tarde nos lembrarem (qual dor, ou alegria!). Já deixei algumas morrer. Algumas felizmente. Outras infelizmente. Mas com tudo é assim. Nada permanece igual. Tudo muda. TUDO.

Elas ensinam coisas importantes. Manter o que deve ser mantido. Libertar o que deve ser libertado. E não fazer muitas perguntas. São crianças. Não sabem o que é o mundo. Limitam-se a guiar-nos. E, nós, estúpidos seres humanos sentimentalóides, deixamo-nos guiar, cegamente, por elas.

Ouvimos as suas vozes e sorrimos ou choramos, de uma maneira ou de outra, elas controlam-nos e, nós, estúpidos seres humanos sentimentalóides, deixamo-nos controlar. Paramos sempre para as ouvir. Elas manipulam-nos.

Eu paro e escuto. E o que escuto? Ah...risos! Gargalhadas de crianças (felizes!), e o vento que agita as folhas. Sim, ouço as folhas roçarem umas nas outras emitindo sons que se assemelham ao amachucar do papel. E deixo-as plantar (novamente). Foram elas. Só podem ter sido elas.

Durante a noite, pé ante pé, plantaram. E sussurram aos meus ouvidos palavras indecifráveis que me fazem sorrir. O que dizem elas? Não sei, e nem vou tentar descobrir. Mas, na imensidão de vozes que ouço consigo identificar uma frase. Constante. Uma e outra vez. E outra vez. E sorrio.

***

A Marina escreve de uma forma que nos toca, bem lá no fundo da nossa alma. Hoje sorri... e não resisti: "roubei-lhe" sorrateiramente este texto do seu blog unthought known e trouxe-lo para aqui.

Obrigada, Marina.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Té...


...té...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dois anos de Dieta sem Amido

Hoje faz dois anos que comecei o meu caminho. Um novo caminho. O início da minha nova vida.

Da dieta, pouco ou nada sabia: que resultados teria, se funcionaria, se me faria mal retirar uma parte bastante significativa de hidratos de carbono da minha alimentação, onde iria buscar forças se doía tanto viver.

Mas... tudo isso... que me importava? Que interesse teria saber tudo isso?

Acabar com a dor. Isso, sim. Era tudo o que eu queria. E fui atrás... e consegui.

Se foi fácil?

Difícil era viver vinte e quatro horas sob vinte e quatro deitada com dores atrozes. Difícil era depender da minha mãe para me dar banho. Difícil era querer gritar e abafar o meu grito para que ninguém me ouvisse.

A EA estava tão avançada: "invulgarmente avançada, tendo em conta a sua idade e o facto de ser mulher", dizia o meu reumatologista.

Difícil era Viver.

Fácil, foi muito fácil. A dieta.

Eu fiz. Sei quem fez. Eu consegui... muitos conseguiram.

Está na vossa mão...
 
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