Aqui está a minha vida...

... esta areia tão clara com desenhos de andar dedicados ao vento.

Cecília Meiréles

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Hoje...

...o dia correu-me particularmente bem...

O meu mais velho saiu-se com: "Mãe, gosto muito de ti... ah! Chamei-te mãe! Tu não és a minha mãe mas eu gosto muito de ti à mesma. Podes ser a minha mãe de faz-de-conta" e a minha princesinha estava sempre a repetir: " Nana... amô..."

Hoje andava tão babada, tão babada, tão babada... que quase que tive de usar um dos babetes dos meus pitocos.

[na foto, da esquerda para a direita: o meu mais velho, a minha princesa, a T. que está só connosco três dias (durante as férias da ama) e o meu godo grande... simplesmente, lindos, os meus pitocos]

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Rio adormecido da minha infância


"penso nas palavras que o rio me dizia
e que,
há quarenta anos,
quando era de manhã,
eu não conseguia entender."

Cal, de José Luís Peixoto.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Uma história para embalar uma menina linda...



"A pequena lebre cor de avelã, que ia deitar-se, agarrou-se firmemente às longas orelhas da grande lebre cor de avelã. Queria ter a certeza de que a grande lebre cor de avelã estava a ouvi-la:



- Adivinha quanto gosto de ti. - disse ela.

- Oh, não sei se sou capaz de adivinhar isso! - disse a grande lebre cor de avelã.

- Isto tudo! - disse a pequena lebre cor de avelã, esticando os braços para os lados tão longe quanto podia.

A grande lebre cor de avelã tinha os braços ainda mais compridos.

- Mas eu gosto de ti isto tudo! - disse.

Hmmm… Isso é muito, pensou a pequena lebre cor de avelã.

- Gosto de ti tão alto quanto consigo alcançar! - disse a pequena lebre cor de avelã.

- Eu gosto de ti tão alto quanto eu consigo alcançar. - disse a grande lebre cor de avelã.

Isso é mesmo muito alto, pensou a pequena lebre cor de avelã. Quem me dera ter braços assim. Então, a pequena lebre cor de avelã teve uma boa ideia. Fez o pino e chegou com os pés ao tronco da árvore.

- Gosto de ti até à ponta dos meus pés! - disse.

- E eu gosto de ti até à ponta dos teus pés! - disse a grande lebre cor de avelã, balançando-a no ar.

- Gosto de ti tão alto quanto consigo saltar! - disse a pequena lebre cor de avelã rindo e saltitando.

- Mas eu gosto de ti tão alto quanto eu consigo saltar. - sorriu a grande lebre cor de avelã e saltou tão alto que as suas orelhas tocaram nos ramos da árvore.

Que belos saltos, pensou a pequena lebre cor de avelã. Quem me dera conseguir saltar assim.

- Gosto de ti por aquele caminho abaixo, até ao rio. - gritou a pequena lebre cor de avelã.

- Gosto de ti até depois do rio e das montanhas! - disse a grande lebre cor de avelã.

Isso é muito longe, pensou a pequena lebre cor de avelã. Já estava tão ensonada que mal conseguia pensar. Então, olhou a grande noite escura por entre os arbustos. Nada poderia estar tão longe quanto o céu.

- Gosto de ti até à Lua. - disse, fechando os olhos.

- Oh, isso é longe - disse a grande lebre cor de avelã - Isso é mesmo muito longe.

A grande lebre cor de avelã deitou a pequena lebre cor de avelã na sua cama de folhas. Inclinou-se sobre ela e deu-lhe um beijo de boas-noites. Então, deitou-se bem perto e sussurrou com um sorriso:

- Gosto de ti até à Lua… e de volta até à Terra."


De Sam McBratney (texto) e Anita Jeram (Ilustração)


Força, minha querida: vai correr tudo bem... (tenho a certeza!). Estamos todos a torcer por ti...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O João foi, pela primeira vez, a nossa casa...

Uhmmm, que vista tão relaxante...

Ah? Que é aquilo???

Uhmmm... não sei, mas é melhor ficar de olho...

...ah, pois é...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Silêncio nos degraus da escada

...espero em silêncio nos degraus da escada...

[que o sonho me venha acordar]

domingo, 20 de setembro de 2009

!!!??? ou as pérolas que se ouvem quando se mora ao lado do Jardim Zoológico

"Atenção senhores passageiros do teleférico, é favor não saltarem na cabine, obrigado."





!!!??? Quê????





E o pior... tem direito a bis: "Senhores passageiros do teleférico, é favor não saltarem na cabine, obrigado". Sim, ele repete sempre duas vezes.

O teleférico é bastante alto - óbvio, se não fosse assim, não seria teleférico. Passa por cima dos leões, dos ursos, gorilas e restantes habitantes do Zoo. A maioria destes habitantes são extremamente amistosos...

Ora... saltos nas cabines do teleférico... uhmm... não me parece lá muito inteligente porque se não morres da queda...

O que mais me incomoda é que se uma cabine cai, caem todas. E, pior que a tragédia que daí advém, visto que serão mais os mortos que os sobreviventes, é o que irá acontecer ao Zoológico e a todos os seus habitantes.

Por pura estupidez, ignorância e todos-os-outros-nomes-mesmo-muito-feios-que-me-passam-pela-cabeça-mas-que-não-posso-escrever-aqui-porque-não-me-parece-ser-lá-muito-boa-ideia-porque-não-foi-essa-a-educação-que-a-minha-mãe-me-deu, todo o esforço de uma miríade de pessoas para proteger aqueles animais, aquele espaço... pode cair a qualquer momento.

E alguém faz uma ideia de quantas vezes o pobre do segurança repete aquilo por hora???

[as pessoas que fazem isto mereciam ficar olhos nos olhos com a família do Simba]

sábado, 19 de setembro de 2009

Chocolate

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Meio-dia. Um canto da praia sem ninguém.


As ondas quebravam uma à uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só p’ra mim

#Sophia de Mello Breyner

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Quando o Corpo Fala...

Estes últimos meses têm sido assim, uma torrente de sentimentos envolvidos em dor. Porquê? Perguntei-me, vezes sem conta... como se eu não soubesse a resposta.

"A Susana sabe que a sua meta é por determinado caminho... contudo dá voltas e mais voltas e acaba por andar sempre perdida."

Alguém me disse isto, há muito tempo atrás. Eu, sinceramente, continuo sem saber que caminho é esse. Ou que meta. Só sei dizer que tenho cada vez mais a certeza que o caminho não é aquele que teimei tanto em percorrer.

Mas é tão difícil mudar... ou serei, somente, cobarde? As mudanças assustam-me. Porque eu nunca gostei de mudanças - acho que é por ser do signo Touro, não sei. Tenho medo que tudo corra mal. E se correr? O que faço depois?

Mas o meu corpo - espelho da minha mente - grita. Grita porque até aqui, não tenho querido ouvir.

Ontem, estive com uma amiga do coração. Contei-lhe das mudanças que estão para acontecer, de como está tudo programado. Foi uma manhã bem passada - deveria acontecer muitas mais vezes.

Ao longo do dia, contudo, as dores intensificaram-se de uma tal forma que nem sei como consegui estar o resto do dia. Eu só recorro aos analgésicos quando a dor ultrapassa em muito o suportável. Eu desenvolvi uma grande resistência à dor. Só choro quando alcanço o ponto em que fingir torna-se completamente impossível.

Ontem, tive que voltar aos analgésicos... voltei a chorar de dor. Porque dói tanto.

Mas, o que se passa? Porque é que andas assim? Não sei, Toni. Não entendo... só sei que já não aguento mais tanta dor.

Mais aparelhos, pomadas, choques eléctricos...

Tive uma noite muito agitada. Os meus ouvidos pareciam que iam rebentar de tanta dor.

De manhã, fez-se um click (aliás, este click tem-se manifestado todos os dias, eu é que não lhe tenho dado qualquer importância). Dores de ouvidos (nos último meses, têm sido mesmo muito fortes), dores de costas (in-su-por-tá-veis), dores nas pernas e joelhos, pequenos acidentes como queimaduras ou cortes (constantes). Eu já estive assim...

O meu corpo está a falar comigo e eu não posso continuar a ignorá-lo. Porque mesmo sabendo que a mudança já está a acontecer, eu ainda continuo reticente em muitos aspectos.

Começar a mudar não foi fácil, mudar não é fácil... mas sei que é para continuar.

Aos poucos, passo a passo... sei que encontrarei o melhor caminho para chegar à tal meta. Consegui-o com a EA. Conseguirei, concerteza, com tudo o resto na minha vida.

[quando o corpo fala... aqui]

sábado, 12 de setembro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Because I can...

#i can read

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A minha mana faz anos!

Parabéns Ana!

Tudo aquilo que queremos muito, tudo aquilo pelo qual lutamos muito, acaba sempre por se concretizar. Acredito que tu vais conseguir tudo o que desejas porque és uma lutadora. As lutadoras chegam sempre lá...

O importante é insistir, insistir, insistir... jamais esmorecer.

E tirar muitas fotografias logo à noite porque quero uma aqui para o meu blog!!!!

[ah... e já agora, come um bolo bem grande cheio chantilly e bebe um bom copo de vodka com sumo de limão por mim :) e diverte-te muito porque daqui a nada estás nos 30!!!!]

#fotografias de Glassaple

Hoje estou lamechas...

Ontem, em tons de brincadeira disse à minha mãe que Deus deveria estar muito chateado comigo. Depois de estar 25 dias com uma crise de EA, a FM resolveu aparecer em força, de domingo para segunda e na terça, como se não bastasse isto tudo (as remanescências da EA e a FM), eis que tenho uma crise de Ménière como há muito não tinha (a última vez foi em Janeiro) com a pior dor de cabeça que se possa imaginar, dores de ouvidos e muitas tonturas.

Eu sei que Deus não tem rigorosamente nada a ver com tudo isto que se anda a passar comigo. Mas, que raio... tudo ao mesmo tempo?

O que me vale é que tenho a minha família, como sempre, ao meu lado ( e, agora com novos elementos lindos que me dão a maior força: a minha querida sogra, a minha cunhada quida, o meu cunhado que faz-me as vontades todas, as sobrinhas do Toni que são umas fofas...). Os meus amigos, também estão sempre pertinho de mim (mesmo que longe). Por isso, as dores tornam-se pequeninas... porque o Sol brilha lá fora - mesmo que não se veja por causa das nuvens: ele está lá.

As vossas mensagens de força, os vossos comentários nos meus blogs, os telefonemas têm sido muito, mas mesmo muito, importantes para mim. Dão-me força e mostram-me que tudo vale a pena, mesmo tropeçar numa ou noutra pedra que encontremos no caminho. Tenho os joelhos um bocado esfolados dos tropeções dos últimos meses... mas as esfoladelas estão todas cobertas de pensos rápidos super coloridos repletos de beijinhos de todos os que me rodeiam (eu não disse que estou lamechas?).

Obrigada a todos, do fundo do meu coração... voçês são todos muito lindos e adoro-vos!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

E para a vida dar a tal volta...



Estou tentando abrir um túnel na rocha bruta.



Eu sei, sei que é penoso. Mas qual é a busca que em si mesma não traga sua pena?

Clarice Lispector

Já aqui tinha dito que...



... eu
A-D-O-R-O
tempestades eléctricas?

sábado, 5 de setembro de 2009

One Last Cry...


Dizem que o tempo apaga tudo. Eu nunca acreditei em tal. O tempo pode atenuar a dor, a saudade. Apagar? Não. Jamais...

Mas, descobri que existe algo que cura...

Apesar de ser reikiana há cerca de dez anos, nunca me dediquei muito ao Reiki. Sempre que era necessário uma doação de Reiki, eu fazia-lo . Mas era muito raro fazê-lo em mim mesma. Não sei porquê... afinal, sempre me senti muito bem a doar Reiki.

Faz um mês - no próximo dia oito - que a minha avó faleceu. Foi um dia muito complicado... extremamente longo. Quase insuportável.

Ficámos no velório até tarde. Ao regressarmos a casa da minha avó - onde iríamos pernoitar - passamos pelo meu primo mais novo. "O D. deve estar a chegar", disse à minha mãe.

O D. está a chegar... O meu coração deu um salto e conseguiu ficar ainda mais apertado. Mais angustiado. Há muitos - tantos - anos que não via o meu mano que tanto adorava... que tanto me tem feito chorar nos últimos sete anos.

Os meus pais foram-se deitar e eu também. Estávamos completamente exaustos. Fiquei no pequeno sofá da marquise. Fechei os olhos. A intensidade da minha dor de cabeça aumentava a cada minuto que passava (as minhas famosas dores de cabeça escolhem sempre muito bem a altura para aparecerem). O meu coração estava completamente alterado, as palpitações pareciam que iam rebentar com o meu peito. Sentia-me a enlouquecer. O timming perfeito para uma crise de pânico... e eu sem os meus florais.

Quando me apercebi que os analgésicos não me estavam a fazer nada e que o meu estado parecia agravar cada vez mais, lembrei-me do Reiki.

Apelei à energia do Reiki, coloquei uma mão na cabeça e outra no coração. E assim fiquei. Chorei muito... mas a dor começou a atenuar. As batidas do coração abrandaram, deixei de ouvi-las na minha cabeça. Começei a acalmar. Sentia o Reiki a fluir como uma torrente enorme. Parecia que o meu corpo - a minha alma - começava a recuperar.

Lá fora, o ruído de um carro a chegar. As luzes acederam-se. Vozes. O meu primo tinha chegado. Era ele, lá fora.

Com as duas mãos no peito, continuei a rezar. A apelar à energia amorosa do Reiki que me ajudasse.

Adormeci... com as luzes da varanda da minha tia acesas, com as vozes dos meus primos a conversarem pelo resto da noite que sobrava.

No dia seguinte, tudo de novo. O meu primo estava no cemitério, ao lado do meu tio. Mas, desta vez, eu estava mais calma. Quando o vi, lá longe, coloquei uma mão no peito e, novamente, apelei à energia amorosa do Reiki. Para que me ajudasse, para que acalmasse o meu coração.

Quando cheguei ao cemitério, dirigi-me ao meu primo e abracei-o. Ele recusou o meu abraço - tal como no meu sonho - mas eu agarrei-o e chorei.

Não sei explicar o que aconteceu. Só sei que aconteceu.

A partir dessa hora, não mais chorei por ele. Chorei a partida da minha avó, chorei porque o meu pai e a minha mãe choraram e eu não suporto vê-los chorar, chorei porque não resisti ao delicioso Trigo de Favaios que acordou a minha espondilite, chorei porque comi um Magnum Branco que dá umas dores extremamente fortes... mas, pelo meu primo, não voltei a chorar. Porque sinto-me em paz com ele.

Sinto que - agora - está tudo bem.

O que mudou? Não sei. Só sei que mudou tudo o que sentia cá dentro. No meu coração, na minha alma.

O Reiki cura. Cura o corpo físico, mas não só: cura o mental, o espiritual.

Acredito que há algo mais na relação que tenho (ou tinha) com o meu primo. Acredito que esse algo mais vem de longe. Muito longe, de uma outra vida talvez.

Seja como for, hoje, sinto-me em paz. Seja lá o que for que tenha acontecido - nesta ou numa outra vida, quem sabe - ficou resolvido naquele dia, no cemitério.

E estou grata por isso. Obrigada à energia do Reiki e a todos que estão envolvidos na cura.

Obrigada a mim mesma porque me permiti essa cura.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Junto ao mar...


De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

#Sophia de Mello Breyner
 
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